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segunda-feira, 6 de outubro de 2025

*Etarismo, Idadismo, Ageismo e Velhofobia: o circo sem lona do preconceito contra os idosos


*Etarismo, Idadismo, Ageismo e Velhofobia: o circo sem lona do preconceito contra os idosos*  


Se há algo que não falta no vocabulário contemporâneo é nome para o preconceito contra os mais velhos. Etarismo, idadismo, ageismo… parece até que estamos *colecionando sinônimos como quem junta figurinhas de um álbum sombrio*. Cada termo carrega um sufixo que denuncia sua origem: o “-ismo”, por exemplo, é o queridinho das ideologias e dos preconceitos. Racismo, sexismo, capacitismo — todos com o mesmo DNA linguístico. Já “ageismo”, importado do inglês ageism, é o estrangeirismo que veio para dar um ar cosmopolita à discriminação. E “idadismo”? Uma tentativa de abrasileirar o conceito, mas que ainda não pegou com força.

Agora, *quando o assunto é velhofobia, o sufixo muda e o tom também*. “Fobia” vem do grego phobos, que significa medo. Mas sejamos sinceros: não é medo de velhos que está em jogo — é desprezo, invisibilização, exclusão. Chamar de “fobia” suaviza o golpe, como se o preconceito fosse uma reação involuntária, quase clínica, e não uma escolha socialmente construída. *É como se o problema estivesse no idoso existir, e não na sociedade que o marginaliza.*

Enquanto sobram termos, faltam políticas públicas e empresariais que deem conta da realidade. O mercado de trabalho, por exemplo, virou um picadeiro onde o profissional maduro precisa ser palhaço, equilibrista e mágico — tudo ao mesmo tempo — para provar que ainda é relevante. A aposentadoria virou miragem, e o “jovem há mais tempo” precisa se reinventar para não ser descartado como peça obsoleta.

*O vocabulário é vasto, mas a ação é rasa*. É como se estivéssemos em um congresso de linguistas debatendo o nome do problema enquanto o idoso tenta equilibrar-se em uma corda bamba entre o desemprego e a desvalorização.  

*Talvez esteja na hora de parar de inventar nomes e começar a inventar soluções*. Porque, no fim das contas, o que os idosos precisam não é de mais um “-ismo” para chamar de seu, mas de respeito, oportunidade e reconhecimento. E isso, infelizmente, ainda não tem sufixo que dê conta.

Carlos Santarem

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